Uso dos recursos da poupança impulsiona os financiamentos habitacionais, mas preocupa investidores.
A opção de utilizar os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) tem se tornado cada vez mais popular entre os interessados em adquirir casas e apartamentos por meio de financiamentos habitacionais.
De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), a prática passou por um crescimento de 560%, entre os anos de 2002 e 2010.
O aumento, responsável por impulsionar o mercado imobiliário, incentivou a construção de novas moradias em todo o Brasil, mas também, levantou preocupações entres os investidores. Segundo o SindusCon-SP, a utilização dos recursos originados de poupanças vem ocupando o espaço de outras aplicações imobiliárias e corre o risco de ser incapaz de atender à demanda nos próximos anos.
O receio é que, a partir de 2013, os recursos das cadernetas sejam insuficientes para os financiamentos habitacionais.
Dados do Relatório de Economia Bancária e Crédito, do Banco Central, mostraram que a tendência desse aumento tem se destacado desde o ano de 2002, quando R$ 20,718 bilhões do SBPE foram destinados a financiamentos imobiliários. Já em 2010, o valor passou para R$ 136,688 bilhões.
Os números em 2002 foram de R$ 1,174 bilhão concedido à aquisição de imóveis, sendo R$ 495,7 milhões para casas e apartamentos novos e R$ 679 milhões para os usados. No que diz respeito ao número de unidades, o recurso financiou 7,1 mil imóveis novos e 11,5 mil usados.
O setor de construção contou, em 2002, com R$ 573,6 milhões destinados a empresas e R$ 20,2 milhões para pessoas físicas, totalizando 10,3 mil unidades construídas. Em 2010, os números passaram para R$ 31,785 direcionados à aquisição de imóveis, R$ 8,843 bilhões para empreendimentos novos e R$ 22,942 bilhões para usados. As unidades novas adquiridas com o benefício chegaram a 58,1 mil, sendo que os imóveis usados passaram para 161,5 mil.
Em relação às construções, 2010 fechou com um montante de R$ 22,273 bilhões destinados às empresas e R$ 1,933 bilhão para pessoas físicas, resultando em 196,7 milhões de casas e apartamentos construídos.
Aplicação das economias dos brasileiros em financiamentos habitacionais tem aquecido o mercado imobiliário. Foto: Flickr
Mesmo com a crescente demanda pelos financiamentos habitacionais e as suspeitas em relação à capacidade dos recursos do SBPE, há quem se mantenha otimista.
Um exemplo é o então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda. Segundo ele, os recursos provenientes da caderneta de poupança destinados ao mercado imobiliário estão garantidos, não só até 2013, mas para os próximos dez anos.
De acordo com o presidente da maior agência financiadora do Brasil, os recursos da Caixa, além de suficientes, contam com expectativa de crescimento, passando de R$ 60 bilhões a R$ 90 bilhões até o final do ano.
A declaração tem tudo para acalmar o ânimo dos investidores e tranquiliza os interessados em imoveis a venda em SP e outras regiões do Brasil.
