Ocupação policial na Rocinha é responsável pela valorização de imóveis em São Conrado.
Marcada como o símbolo da desigualdade social do Rio de Janeiro (RJ), a fronteira do bairro São Conrado com a favela da Rocinha define-se como uma das paisagens mais contrastantes da capital fluminense.
Localizado em uma região nobre na Zona Sul da cidade, o bairro tem como limite uma das maiores favelas do Rio de Janeiro e sofre com a proximidade da violência, consequência principal do tráfico de drogas.
Reunindo construções e empreendimentos luxuosos, voltados à elite carioca, o bairro de São Conrado tem sofrido as consequências de estar ao lado de uma realidade tão diferente da sua. Prova disso, é que a desvalorização de seus imóveis já chega a 30%, se comparada com o valor de outros imóveis do Rio de Janeiro.
A depreciação dos preços inclui condomínios e verdadeiras mansões que registram valores muito abaixo dos cobrados em imoveis a venda no RJ, localizados em outros bairros nobres, como o Leblon ou Gávea.
Entretanto, esse choque entre as duas realidades está prestes a mudar, melhorando o cenário econômico e social da região. Isso porque a Rocinha passa agora por uma operação pacificadora, o que representa possibilidades de mudanças na fronteira entre a comunidade e o bairro, que volta a ser visto como uma aposta promissora para o mercado imobiliário.
Iniciada na madrugada de domingo (13), a ocupação da favela da Rocinha, por mais de três mil agentes das polícias Civil, Militar, Federal e fuzileiros navais, tem tudo para alavancar os preços dos imóveis na região.
Graças à operação, a expectativa é que as casas e apartamentos à venda em São Conrado passem por uma valorização de até 40%, dentro dos próximos seis meses.
Foto: Flickr.
A medida pacificadora organizada pela Secretaria de Segurança Pública do RJ tem a intenção de repetir o trabalho realizado em outros bairros, como Botafogo, que teve uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada em suas proximidades, no morro Dona Marta. O trabalho, além de combater o crime na região, foi responsável por dar novos ares ao bairro, incentivando o interesse de novos moradores pelos imóveis do local.
Além de proporcionar mais segurança aos moradores, a ocupação policial realizada em favelas da cidade tem interferido diretamente no mercado imobiliário carioca. As ações têm sido responsáveis por garantir o ânimo dos proprietários de empreendimentos nessas regiões que por muito tempo sofreram dificuldades em comercializar os seus imóveis.